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- Luiz Alberto Rasseli Junior
Argentina: sistema científico terá capacidade de Internet ampliada
Na década de 60, depois de muitos testes e ensaios, surgiu a rede global hoje conhecida como Internet, que conecta a bilhões de pessoas em todo o mundo. Repetir esta velha ideia, mas atualizando-a com novas tecnologias, potencializará a colaboração científica entre Instituições da Argentina e do mundo. Essa é a opinião do secretário de Articulação Científico-Tecnológica do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação Produtiva da Argentina, Dr. Alejandro Ceccatto.
(Com informações da Agencia CyTA - Instituto Leloir. Para mais informações visite http://www.neomundo.com.ar) As tentativas para alcançar esse objetivo se darão por meio do programa "e-Ciência", liderado pelo próprio Ceccatto, que está instalando ao longo de todo o país portenho uma rede de Internet avançada que recebe o nome de InnovaRed. Atualmente, esta interconexão conecta a instituições científicas de Buenos Aires, Rosário, Córdoba, San Luis, Villa Mercedes, Mendoza, Malargüe, La Plata, Bahía Blanca, Choele Choel, Neuquén e Bariloche. Nos próximos anos, porém, através de um convênio com ARSAT e Argentina Conectada, a rede chegará a todas as instituições científicas e educativas do país.
O programa "e-Ciência" tem como objetivo estabelecer conectividade entre os cientistas e pesquisadores de modo que eles possam enviar milhões de dados. A informação, nesse caso, viaja pela banda larga através de fibras óticas de 10 gigabytes por segundo. "E também se usam computadores que podem alojar e processar essa informação para obter resultados que tenham um impacto positivo na qualidade de vida da população. É, sem dúvida, uma ferramenta crucial para o avanço da Ciência”, explica Ceccatto.
A biotecnológa Estefanía Mancini, pesquisadora do CONICET no laboratório de Genômica Vegetal da Fundação Instituto Leloir (FIL) é usuária da Innovared e uma das centenas de pesquisadoras beneficiadas pela iniciativa. Desde 2012, o laboratório no qual ela se encontra trabalha com dados provenientes de técnicas de sequenciação massiva do genoma de Arabidopsis thaliana e outras espécies de plantas. Em particular, ela analisa junto com seus colegas informações relativas aos transcriptomas (genes ativos).
"Às vezes necessitamos transferir entre 50 a 200-300 gigabytes de informação a outros centros de pesquisa ou mesmo receber volumes similares da Europa e dos Estados Unidos", explica Mancini, para completar. "Com o uso do serviço das redes avançadas, podemos fazer essas transferências em poucas horas, ao invés de algumas semanas. A colaboração e a troca de informações com centros de pesquisa da Argentina e do exterior se torna muito mais ágil”.
O doutor Adrián Gustavo Turjanski, pesquisador do CONICET no Instituto de Química Física dos Materiais, Meio Ambiente e Energia (INQUIMAE), que depende também da Faculdade de Ciências Exatas e Naturais da Universidade de Buenos Aires (UBA), explica que é cada vez mais importante que a comunidade científica possa analisar e compartilhar rapidamente grandes volumes de dados.
"Por exemplo, a informação completa de um genoma humano pode ocupar 200GB. Se quiséssemos trazer a informação de mil genomas sem as redes avançadas, gastaríamos meses no processo”, assinala Turjanski, que dirige a Plataforma de Bioinformática Argentina, com nodos no Instituto de Cálculo da Faculdade de Ciências Exatas e Naturais da UBA, na Universidade Católica de Córdoba, na Universidade Nacional de San Martín e no Instituto de Agrobiotecnologia de Rosário (INDEAR).
Através de RedCLARA, a Cooperação Latino-americana de Redes Avançadas, Innovared também conectará a Argentina com as instituições de pesquisa de América Latina, Estados Unidos, Europa e, em geral, do resto do mundo, trazendo ainda mais desenvolvimento e educação para o país e seus habitantes.